Mente sã em corpo são. O que se pode querer mais? Depois de dois anos e pouco de pandemia, em que a doença esteve omnipresente nas nossas vidas, prezamos (cada vez) mais o bem-estar físico e mental. Não, não se trata de mera preocupação esotérica, talvez inconsequente, até, que passa rapidamente ao sabor de trends e das influencers. Esta é uma certeza incontornável: Se não tratarmos bem de nós integralmente – e, citando o cantor português, António Variações – “o corpo é que paga”. Por isso, a tecnologia, quando aplicada à saúde e ao bem-estar, revela-se uma ajuda preciosa para conferir (a) qualidade “devida” ao nosso dia-a-dia.
A Unicorn Capital Tour do mês de fevereiro, dedicada ao tema Wellness Tech decorreu no co-work, Second Home, a funcionar no Mercado da Ribeira. Um espaço particularmente apropriado ao tema, devido à “vegetação luxuriante” e “ambiente zen” do décor. Ideal para uma conversa à volta de bem-estar e saúde.
Diana de Almeida Rafael, CEO e co-founder da revista The Minimal foi a moderadora deste debate no qual participaram Miguel Alves Ribeiro, CEO e co-founder da SheerMe, Rita Maçorano, CEO e co-founder da NEVARO e Carla Barros, Global Well-being Strategy da EDP.
Do ponto de vista dos empreendedores, o WellTech não é apenas mais uma área de negócio com potencial no ecossistema lisboeta. Este é um mundo de oportunidades. Ciente que a SheerME transforma para melhor a vida dos seus clientes, Miguel Alves Ribeiro tem vindo a incrementar a sua app, que já conta com mais de 140 mil utilizadores . “Ainda não somos um unicórnio, mas quase…” ironiza. A Sheer ME é uma aplicação que reúne informação direcionada a quem procura encontrar serviços que proporcionam bem-estar, físico e/ou mental. Se a necessidade é a de um psicólogo, a SheerMe tem. Se está mesmo a precisar de uma sessão de meditação ou yoga, ou até de um cabeleireiro, a SheerMe oferece um leque variado de escolhas.
Num outro plano, para quem se interessa em “ouvir” o que diz o nosso corpo, e está sempre a olhar para o smartwatch ou para o smartphone, a contar passos, pulsações ou as calorias do almoço, a tecnologia já trata também outros dados fornecidos pelos nossos parâmetros físicos (frequência e ritmo cardíacos, e respiração, por exemplo).
A aplicação da NEVARO revela como estão os nossos níveis de ansiedade, depressão ou burn out. Assegurando que há Ciência a sustentar esta app e que a proteção de dados é observada com rigor (“não guardamos dados antigos”), Rita Maçorano garante que o interesse por esta tecnologia tem aumentado. Até mesmo por parte das empresas e organizações que se mostram “preocupadas” com o bem-estar dos seus trabalhadores.
É precisamente a perspetiva “corporate” sobre as matérias relacionadas com o bem-estar físico e mental de colaboradores e trabalhadores que Carla Barros nos dá. “Estas questões são verdadeiramente importantes para quem gere uma empresa, e vão muito para lá da produtividade e dos resultados. O bem-estar em todas as suas dimensões, deixou de ser um movimento ‘fofinho’ para passar a ser um assunto sério ao nível dos recursos humanos nas empresas. Na EDP, preocupamo-nos e estamos atentos aos sinais. Quando é necessário, damos apoio a vários níveis: físico, emocional, mental. Até porque, esta área, em particular, está ainda associada a algum estigma”, sublinha. A pandemia foi, em grande parte, o trigger da mudança de mindset. “Atualmente, o trabalho assume novas formas. Presencial, remoto, híbrido. Tudo isto veio trazer alterações na vida das pessoas.”, acrescenta.
O mundo mudou depois da COVID. As pessoas estão particularmente centradas em si próprias e preocupam-se mais com a saúde e o bem-estar. O crescente interesse pela tecnologia associada ao Welness e ao Wellbeing veio demonstrar isso mesmo.