A Tour Made of Lisboa que se realizou em novembro quis pôr-nos a pensar em novas formas de mobilidade em Lisboa. O ponto de encontro para esta reflexão foi o Digital Hub que a VW e a MAN partilham na zona da Estefânia, um Centro de inovação na capital portuguesa onde estas conhecidas companhias alemãs desenvolvem soluções tecnológicas de mobilidade para todo o mundo.
Perante uma plateia heterogénea e muito interessada, os convidados do painel, João Félix, CEO da Mobiag, Sofia Taborda, Diretora de Inovação e Soluções de Mobilidade da EMEL, Luís Pereira, Product & Marketing Manager da MAN Truck & Bus Portugal debruçaram-se sobre o futuro da mobilidade em Lisboa. Ana Gaspar, Business Developper da VW Digital Solutions moderou a conversa que posteriormente foi alargada a todos os que a acompanhavam.
Cidades, tempo, pessoas, carros, bicicletas, trotinetes, autocarros, metropolitano, mobilidade, conforto, distância, proximidade, estacionamento, ambiente e sustentabilidade foram palavras que povoaram um pouco todas as intervenções que andaram à volta das diferentes formas que cada um adota para se deslocar de um ponto para o outro.
Nos tempos de pós-pandemia a mobilidade quotidiana numa grande cidade como Lisboa para quem utiliza transporte particular ou coletivo é verdadeiramente desafiante. Tempo e espaço revelam-se variáveis em constantes disputa neste contexto. Como sair da equação? É uma questão de modo.
Nos centros urbanos existem inúmeros meios de transporte: transportes coletivos como o metropolitano, os elétricos, os autocarros, os táxis, o carsharing ou as bicicletas de aluguer. Escolher e associar entre si diversos destes meios de transporte, mudando de uns para outros de forma simples e consecutiva. Eis a mobilidade inteligente. Complementarmente, existem aplicações tecnológicas especiais que nos ajudam a selecionar o melhor itinerário, o mais rápido, o mais cómodo ou o mais curto e os diferentes modos de transporte a utilizar para cada uma destas opções… Hoje em dia, neste admirável mundo novo das viagens o que é mais importante é a rapidez e a eficiência com que chegamos ao nosso destino.
As ofertas integradas de soluções de mobilidade tornam-se cada vez mais inteligentes e mais ligadas em rede. Por exemplo, para densificar o nosso cenário, podemos introduzir ainda mais variáveis. O algoritmo trata de tudo. Estado do tráfego, em tempo real, disponibilidade de estacionamento no local de destino, etc.
Antes mesmo de sairmos de casa podemos planear a nossa deslocação, fazer a antevisão de percursos, modos de transporte a utilizar e até decidir qual ou quais os sistemas de pagamento que vamos usar em cada ocasião.
Para João Félix, “mobilidade e eficiência de recursos são dois conceitos que têm de andar sempre de braço dado”, por isso não é de espantar que a ideia de partilha de meios esteja associada à mobilidade inteligente. É que ao partilharmos meios de locomoção poupamos o nosso dinheiro mas também o ambiente. Em Lisboa, e à semelhança de outras capitais europeias, as bicicletas e as trotinetes partilhadas já conquistaram inúmeros adeptos.
Mas…há sempre um mas…
Tal como ao volante de carros há incumpridores também há quem não respeite o código da estrada e as mais elementares regras de convívio e coexistência com os peões quando conduz uma trotinete ou uma bicicleta. Embora nestes últimos casos a gravidade e consequências dos eventuais danos causados sejam substancialmente menores, este conflito latente, muito por causa de generalizações fáceis, tem conseguido marcar negativamente e manchar injustamente a comunidade de utilizadores.
Segundo Sofia Taborda, “muito do trabalho da EMEL centrado nas questões da mobilidade em Lisboa já funcionam com recurso a plataformas tecnológicas e às aplicações. Gestão de frota das bicicletas partilhadas Gira, fiscalização dos pagamentos, rede de semáforos, a disponibilidade de lugares em parque de estacionamento, tudo isso já gerido de forma inteligente”. Inovação é a palavra de ordem, “seja para a uniformização de bilhética ou para a otimização de serviços entre operadores”. Mas, “nada disto resulta se não centrarmos o sistema nas pessoas. Temos que envolver a sociedade civil nestes processos. É imprescindível. Por exemplo, para pensarmos numa reformulação dos terminais rodoviários dentro da cidade, temos de o fazer com as pessoas, conhecendo as suas necessidades e adaptando-as ao espaço físico”, acrescentou. A mobilidade também é ela própria “costumizável” e isso já é percetível no leque das ofertas que os transportes partilhados hoje proporcionam. Porém, “é imprescindível a regulação. E ela tem que abranger tanto o setor público como o setor privado que operam nos vários modos”, sustenta Sofia Taborda.
A mobilidade inteligente é pois a aplicação da tecnologia ao serviço das nossas deslocações. Planeamento de viagens, carros partilhados, estacionamento inteligente, boleias e a micro-mobilidade sobre a qual já falámos (as trotinetes…) são exemplos práticos de formas de mobilidade inteligente.
O planeamento das nossas deslocações com recurso a aplicações móveis já se tornou prática habitual em muitos grupos da nossa sociedade (sobretudo os que têm mais literacia digital).
A partilha de veículos, sobretudo elétricos, porém, não conseguiu reunir adeptos fiéis em Lisboa e ficou literalmente pelo caminho, muito por culpa da pandemia que se interpôs e dificultou a logística associada.
“Com frotas integralmente eletrificadas esses sistemas acabaram por não vingar em lisboa. A grande culpada foi a pandemia, pois a logística associada à higienização dos veículos e a falta de recursos humanos para os recolher em pleno período de isolamento, revelaram-se problemas concretos que acabaram por comprometer o sucesso”.
Pagar o estacionamento evitando inúmeras viagens ao parquímetro, à caixa de um parque de estacionamento ou localizar um precioso lugar para estacionar em zonas altamente pressionadas pela procura são facilidades hoje em dia estão apenas à distância de um clic.
O carpooling ou partilha de boleia é também uma prática que transforma o automóvel particular num transporte público. Em Portugal, está muito em voga para as deslocações de grandes distâncias e tem vindo a ganhar adeptos que criam até comunidades virtuais. Elementos-chave para o funcionamento deste serviço de mobilidade inteligente: as plataformas e aplicações inteligente. Mais uma vez. A título exemplo, existe carpooling em empresas, universidades ou até em serviços municipais, como é o caso da Câmara Municipal de Lisboa.
O Ride-Sharing ou ride hailing é uma prática ainda pouco enraizada em Portugal. O sistema preenche a procura sobretudo daqueles para quem o autocarro e o comboio são bons porque são mais baratos (mas têm paragens e horários fixos) e os táxis que vão a todo o lado mas são caros.
O Ride Hailing acaba por juntar os dois mundos, a bordo de um shuttle, de onde podem entrar ou sair passageiros com destinos similares, durante o percurso. Tudo isto funciona graças ao algoritmo que aqui promove o “encontro” entre os carros em circulação e os pedidos dos clientes que podem ser feitos via smartphone. Claro!
A micro-mobilidade, assenta sobretudo na utilização dos pequenos veículos elétricos como o meio mais expedito por excelência para percorrermos o “ultimo quilómetro”. Aquele bocadinho que falta entre a estação de comboio e o empregou ou a nossa casa e que por vezes não compensa fazer de autocarro pois temos que esperar que ele chegue.
Os nossos anfitriões do VW Digital Hub:
VW Digital Solutions e MAN Trucks & Bus
Na Volkswagen Digital Solutions concebe-se o melhor e mais avançado software para o utilizador final e para aplicações e produtos originais de veículos comerciais
350 + Team members / 29 Nacionalidades/ 34 Produtos & projetos
A MAN Truck & Bus é uma das principais fabricantes de veículos comerciais da Europa que serve clientes em mais de 120 países e, em conjunto, estamos a moldar o futuro dos veículos comerciais, criando experiências digitais aqui em Lisboa para os nossos clientes e utilizadores em todo o mundo.